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terça-feira, 8 de março de 2011

Salvem as mulheres

1. Habitat
Mulher não pode ser mantida em cativeiro. Se for engaiolada, fugirá ou morrerá por dentro. Não há corrente que as prenda e as que se submetem à jaula perdem o seu DNA. Você jamais terá a posse de uma mulher, o que vai prendê-la a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada diariamente.

2. Alimentação correta
Ninguém vive de vento. Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem sim, e se ela não receber de você vai pegar de outro. Beijos matinais e um 'eu te amo’ no café da manhã as mantém viçosas e perfumadas durante todo o dia. Um abraço diário é como a água para as samambaias. Não a deixe desidratar. Pelo menos uma vez por mês é necessário, senão obrigatório servir um prato especial.

3. Flores
Também fazem parte de seu cardápio – mulher que não recebe flores murcha rapidamente e adquire traços masculinos como rispidez e brutalidade.

4. Respeite a natureza
Você não suporta TPM? Case-se com um homem. Mulheres menstruam, choram por nada, gostam de falar do próprio dia, discutir a relação. Se quiser viver com uma mulher, prepare-se para isso.

5. Não tolha a sua vaidade
É da mulher hidratar as mechas, pintar as unhas, passar batom, gastar o dia inteiro no salão de beleza, colecionar brincos, comprar muitos sapatos, ficar horas escolhendo roupas no shopping. Entenda tudo isso e apoie.

6. Cérebro feminino não é um mito
Por insegurança, a maioria dos homens prefere não acreditar na existência do cérebro feminino. Por isso procuram aquelas que fingem não possuí-lo (e algumas realmente o aposentaram!). Então, aguente mais essa: mulher sem cérebro não é mulher, mas um mero objeto de decoração. Se você se cansou de colecionar bibelôs, tente se relacionar com uma mulher. Algumas vão lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você. Não fuja dessas, aprenda com elas e cresça. E não se preocupe, ao contrário do que ocorre com os homens, a inteligência não funciona como repelente para as mulheres.

7. Não faça sombra sobre ela
Se você quiser ser um grande homem tenha uma mulher ao seu lado, nunca atrás. Assim, quando ela brilhar, você vai pegar um bronzeado. Porém, se ela estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda.
Aceite. Mulheres também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar.
O homem sábio alimenta os potenciais da parceira e os utiliza para motivar os próprios. Ele sabe que, preservando e cultivando a mulher, ele estará salvando a si mesmo.

E meu amigo, se você acha que mulher é caro demais, vire GAY. Só tem mulher, quem pode!

(Atribuído à Luiz Fernando Veríssimo)

domingo, 20 de fevereiro de 2011

BIG BROTHER BRASIL

(Atribuído a Luiz Fernando Veríssimo)

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A décima primeira (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.
Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros ... todos, na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB é a realidade em busca do IBOPE.

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB. Ele prometeu um “zoológico humano divertido”. Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo.

Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis?

São esses nossos exemplos de heróis?

Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros: profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados.

Heróis são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia.

Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.

Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada, meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral.

E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de trá$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social: moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderiam ser feitas mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores!)

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.

Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa. Ir ao cinema, estudar, ouvir boa música, cuidar das flores e jardins, telefonar para um amigo, visitar os avós, pescar, brincar com as crianças, namorar ou simplesmente dormir.

Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Casal é tudo igual


Ele: – Alô?
Ela: – Pronto.
Ele: – Voz estranha … Gripada?
Ela: – Faringite.
Ele: – Deve ser o sereno. No mínimo tá saindo todas as noites pra badalar.
Ela: – E se estivesse? Algum problema?
Ele: – Não, imagina! Agora, você é uma mulher livre.
Ela: – E você? Sua voz também está diferente. Faringite?
Ele: – Constipado.
Ela: – Constipado? Você nunca usou esta palavra na vida.
Ele: – A gente aprende.
Ela: – Tá vendo? A separação serviu para alguma coisa.
Ele: – Viver sozinho é bom. A gente cresce.
Ela: – Você sempre viveu sozinho. Até quando casado só fez o que quis.
Ele: – Maldade sua, pois deixei de lado várias coisas quando a gente se casou.
Ela: – Evidente! Só faltava você continuar rebolando nas discotecas com as amigas.
Ele: – Já você não abriu mão de nada. Não deixou de ver novela, passear no shopping, comprar jóias, conversar ao telefone com as amigas durante horas …
… Silêncio …
Ela: – Comprar jóias? De onde você tirou essa idéia? A única coisa que comprei em quinze anos de casamento foi um par de brincos.
Ele: – Quinze anos? Pensei que fosse bem menos.
Ela: – A memória dos homens é um caso de polícia!
Ele: – Mas conversar com as amigas no telefone …
Ela: – Solidão, meu caro, cansaço. Trabalhar fora, cuidar das crianças e ainda preparar o jantar para o HERÓI que chega a noite. Convenhamos, não chega a ser uma roda-gigante de emoções.
Ele: – Você nunca reclamou disso.
Ela: – E você me perguntou alguma vez?
Ele: – Lá vem você de novo. As poucas coisas que eu achava que estavam certas… Isso também era errado!?
Ela – Evidente, a gente não conversava nunca.
Ele: – Faltou diálogo, é isso? Na hora, ninguém fala nada. Aparece um impasse e as mulheres não reclamam. Depois, dizem que faltou diálogo. As mulheres são de Marte.
Ela: – E vocês são de Saturno!
… Silêncio …
Ele: – E aí, como vai a vida?
Ela: – Nunca estive tão bem. Livre para pensar, ninguém pra me dizer o que devo fazer.
Ele: – E isso é bom?
Ela: – Pense o que quiser, mas quinze anos de jornada são de enlouquecer qualquer uma.
Ele: – Eu nunca fui autoritário!
Ela: – Também nunca foi compreensivo!
Ele: – Jamais dei a entender que era perfeito. Tenho minhas limitações como qualquer mortal..
Ela: – Limitado e omisso como qualquer mortal.
Ele: – Você nunca foi irônica.
Ela: – Isso a gente aprende também.
Ele: – Eu sempre te apoiei.
Ela: – Lógico. Se não me engano foi no segundo mês de casamento que você lavou a única louça da tua vida. Um apoio inestimável. Sinceramente, eu não sei o que faria sem você. Ou você acha que fazer vinte caipirinhas numa tarde para um bando de marmanjos que assistem ao jogo da Copa do Mundo era realmente o meu grande objetivo na vida?
Ele: – Do que você está falando?
Ela: – Ah, não lembra?
Ele: – Ana, eu detesto futebol.
Ela: – Ana!? Esqueceu meu nome também? Alexandre, você ficou louco?
Ele: – Alexandre? Meu nome é Ronaldo!
… Silêncio …
Ele: – De onde está falando?
Ela: – 578 9922
Ele: – Não é o 579 9222?
Ela: – Não.
Ele: – Ah, desculpe, foi engano.
Depois de um tempo ambos caem na gargalhada.
Ele: Quer dizer que você faz uma ótima caipirinha, hein?
Ela: – Modéstia à parte. Mas não gosto, prefiro vinho tinto.
Ele: – Mesmo? Vinho é a minha bebida preferida!
Ela: – E detesta futebol?
Ele: – Deus me livre! 22 caras correndo atrás de uma bola. Acho ridículo!
Ela: – Bem, você me dá licença, mas eu vou preparar o jantar.
Ele: – Que pena! O meu já está pronto. Risoto, minha especialidade!
Ela: – Mentira! É o meu prato predileto.
Ele: – Mesmo! Bem, a porção dá pra dois, e estou abrindo um Chianti também.Você não gostaria de …
Ela: – Adoraria!
Ele dá o endereço.
Ela: – Nossa, tão pertinho! São dois quarteirões daqui.
Ele: – Então? É pegar ou largar.
Ela: – Tô passando aí, Ronaldo.
Ele: – Combinado, vizinha.

(Luiz Fernando Verissímo)

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

A aliança


Esta é uma história exemplar, só não está muito claro qual é o exemplo. De qualquer jeito, mantenha-a longe das crianças. Também não tem nada a ver com a crise brasileira, o apartheid, a situação na América Central ou no Oriente Médio ou a grande aventura do homem sobre a Terra. Situa-se no terreno mais baixo das pequenas aflições da classe média. Enfim. Aconteceu com um amigo meu. Fictício, claro.

Ele estava voltando para casa como fazia, com fidelidade rotineira, todos os dias à mesma hora. Um homem dos seus 40 anos, naquela idade em que já sabe que nunca será o dono de um cassino em Samarkand, com diamantes nos dentes, mas ainda pode esperar algumas surpresas da vida, como ganhar na loto ou furar-lhe um pneu. Furou-lhe um pneu. Com dificuldade ele encostou o carro no meio-fio e preparou-se para a batalha contra o macaco, não um dos grandes macacos que o desafiavam no jângal dos seus sonhos de infância, mas o macaco do seu carro tamanho médio, que provavelmente não funcionaria, resignação e reticências... Conseguiu fazer o macaco funcionar, ergueu o carro, trocou o pneu e já estava fechando o porta-malas quando a sua aliança escorregou pelo dedo sujo de óleo e caiu no chão. Ele deu um passo para pegar a aliança do asfalto, mas sem querer a chutou. A aliança bateu na roda de um carro que passava e voou para um bueiro. Onde desapareceu diante dos seus olhos, nos quais ele custou a acreditar. Limpou as mãos o melhor que pôde, entrou no carro e seguiu para casa. Começou a pensar no que diria para a mulher. Imaginou a cena. Ele entrando em casa e respondendo às perguntas da mulher antes de ela fazê-las.

— Você não sabe o que me aconteceu!

— O quê?

— Uma coisa incrível.

— O quê?

— Contando ninguém acredita.

— Conta!

— Você não nota nada de diferente em mim? Não está faltando nada?

— Não.

— Olhe.

E ele mostraria o dedo da aliança, sem a aliança.

— O que aconteceu?

E ele contaria. Tudo, exatamente como acontecera. O macaco. O óleo. A aliança no asfalto. O chute involuntário. E a aliança voando para o bueiro e desaparecendo.

— Que coisa - diria a mulher, calmamente.

— Não é difícil de acreditar?

— Não. É perfeitamente possível.

— Pois é. Eu...

— SEU CRETINO!

— Meu bem...

— Está me achando com cara de boba? De palhaça? Eu sei o que aconteceu com essa aliança. Você tirou do dedo para namorar. É ou não é? Para fazer um programa. Chega em casa a esta hora e ainda tem a cara-de-pau de inventar uma história em que só um imbecil acreditaria.

— Mas, meu bem...

— Eu sei onde está essa aliança. Perdida no tapete felpudo de algum motel. Dentro do ralo de alguma banheira redonda. Seu sem-vergonha!

E ela sairia de casa, com as crianças, sem querer ouvir explicações. Ele chegou em casa sem dizer nada. Por que o atraso? Muito trânsito. Por que essa cara? Nada, nada. E, finalmente:

— Que fim levou a sua aliança? E ele disse:

— Tirei para namorar. Para fazer um programa. E perdi no motel. Pronto. Não tenho desculpas. Se você quiser encerrar nosso casamento agora, eu compreenderei.

Ela fez cara de choro. Depois correu para o quarto e bateu com a porta. Dez minutos depois reapareceu. Disse que aquilo significava uma crise no casamento deles, mas que eles, com bom-senso, a venceriam.

— O mais importante é que você não mentiu pra mim.

E foi tratar do jantar.



(Luiz Fernando Verissimo - Do livro "As mentiras que os homens contam")

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Namorar é bom

Quem é que nunca teve um Marcelo, um Felipe, um Ricardo, um Júlio ou um Alexandre na vida? Tudo bem, pode ser uma Juliana, uma Ana, uma Patrícia ou uma Aline...

Paquerar é bom, mas chega uma hora que cansa! Cansa na hora que você percebe que ter 10 pessoas ao mesmo tempo é o mesmo que não ter nenhuma, e ter apenas uma, é o mesmo que possuir 10 ao mesmo tempo!

A "fila" anda, a coleção de "figurinhas" cresce, a conta de telefone é sempre altíssima. Mas e ai? O que isso te acrescenta?

Nessas horas sempre surge aquela tradicional perguntinha: Por que aquela pessoa pela qual você trocaria qualquer programa por um simples filme com pipoca abraçadinho no sofá da sala não despenca logo na sua vida???

Se o tal "amor" é impontual e imprevisível que se dane! Não adianta: as pessoas são impacientes! São e sempre vão ser!
Tem gente que diz que não é... "Eu não sou ansioso, as coisas acontecem quando tem que acontecer."

Mentira! Por dentro todo ser humano é igual: impaciente, sonhador, iludido... Jura de pé junto que não, mas vive sempre em busca da famosa cara metade!

Pode dar o nome que quiser : amor, alma gêmea, par perfeito, a outra metade da laranja... No fim dá tudo no mesmo. Pode soar brega, cafona...
Mas é a realidade.

Inclusive o assunto "amor" é sempre cafonérrimo. Acredito que o status de cafona surgiu porque a grande maioria das pessoas nunca teve a oportunidade de viver um grande amor.

Poucas pessoas experimentaram nesta vida a sensação de sonhar acordada, de dormir do lado do telefone, de ter os olhos brilhando, de desfilar com aquele sorriso de borboleta azul estampado no rosto...

Não lembro se foi o "Wando" ou se foi o"Reginaldo Rossi" que disse em uma entrevista que se a Marisa Monte não tivesse optado pelo "Amor I love you" e que se o Caetano não tivesse dito " me sentindo muito sozinho" eles não venderiam mais nenhum disco.

Não adianta, o publico gosta e vibra com o "brega".
Não adianta tapar o sol com a peneira.
Por mais que você não admita:

- Você ficou triste porque o Leonardo di Caprio morreu em Titanic" e ficou feliz porque a Julia Roberts e o Richard Gere acabaram juntos em "Uma Linda Mulher";

- Existe pelo menos uma música sertaneja ou um pagodinho que te deixe com dor de cotovelo;

- Quando você está solteiro e vê um casal aos beijos e abraços no meio da rua você sente a maior inveja;

- Você já se pegou escrevendo o seu nome e o da pessoa pelo qual você esta apaixonada no espelho embaçado do banheiro, ou num pedacinho de papel;

- Você já se viu cantando o mantra "Toca telefone, toca!" em alguma das sextas-feiras de sua vida, ou qualquer outro dia que seja;

- Você já enfiou os pés pelas mãos alguma vez na vida e se atirou de cabeça numa "relação" sem nem perceber que você mal conhecia a outra pessoa e que com este seu jeito de agir ela te acharia um tremendo louco;

- Você, assim como nos contos de fada, sonha em escutar um dia o tal "E foram felizes para sempre"

Bem , preciso continuar? Ok, acho que não...

Negue o quanto quiser, mas sei que já passou por isso, e se não passou, não sabe o quanto esta perdendo.

"O problema de resistir a uma tentação é que você pode não ter uma segunda chance"

"Falo a língua dos loucos, porque não conheço a mórbida coerência dos lúcidos."

(Luiz Fernando Veríssimo)

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Diálogos

Ele: O que você tem ???
Ela: Nada !!!
Ele: Foi alguma coisa que eu disse ???
Ela: Não !!!
Ele: Foi alguma coisa que eu não disse ???
Ela: Não !!!
Ele: Foi algo que eu fiz ???
Ela: Não !!!
Ele: Foi algo que eu deveria ter feito ???
Ela: Também não !!!
Ele: Foi alguma coisa que eu disse referente a algo que fiz, quando a coisa que fiz não deveria ter sido feita, ou pelo menos deveria ter sido feita de modo diferente ???
Ela: Talvez ...
Ele: Eu sabia !!! ...
Então me desculpe ...

Ela: Tá bom ...
Ele: Te Amo !!!
Ela: Também ...

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(Entra em casa)
- Oi!
- Oi!
- Trabalhou muito?
- Sim.
- Tá cansado?
- Um pouco.
- Toma um banho!
- Vou sim... preciso... (Banho)
- Ué... vai sair?
- Vou dar uma volta.
- Sozinho?
- É... sozinho.
- Vai aonde?
- Por aí.
- Sozinho?
- É.
- Certeza?
- Sim.
- Quer que eu vá com você?
- Não... pode deixar... prefiro ir sozinho.
- Vai sozinho andar pela cidade?
- É.
- De carro?
- Sim.
- Tem gasolina?
- Sim, coloquei.
- Vai demorar?
- Não, coisa de uma hora.
- Vai a algum lugar específico?
- Não, só rodar por aí.
- Não prefere ir a pé?
- Não, vou de carro.
- Traz um sorvete pra mim!
- Trago. Que sabor?
- Manga.
- Ok... Na volta eu passo e compro.
- Na volta?
- Sim, senão derrete.
- Passa lá, compra e deixa aqui.
- Não, melhor não! Na volta... É rápido!
- Ahhhhh!
- Quando eu voltar eu tomo com você!
- Mas você não gosta de manga!
- Eu compro outro... de outro sabor.
- Aí fica caro... traz de cupuaçu!
- Eu não gosto também.
- Traz de chocolate... nós dois gostamos.
- Ok! Beijo... Volto logo...
- Ei!
- O que?
- Chocolate não... Flocos...
- Não gosto de flocos!
- Então traz de manga pra mim e o que quiser prá você.
- Foi o que sugeri desde o começo!
- Você está sendo irônico?
- Não... tô não! Vou indo.
- Vem aqui me dar um beijo de despedida!
- Querida! Eu volto logo... depois.
- Depois não... quero agora!
- Tá bom! (Beijo)
- Vai com o seu ou com o meu carro?
- Com o meu.
- Vai com o meu. Tem cd player. O seu não!
- Não vou ouvir música, vou espairecer...
- Tá precisando?
- Não sei... vou ver quando sair!
- Demora não!
- É rápido... (Abre a porta de casa)
- Ei!
- Que foi agora?
- Nossa!!! Que grosso! Vai embora!
- Calma... estou tentando sair e não consigo!
- Porque quer ir sozinho? Vai encontrar alguém?
- O que quer dizer?
- Nada... nada não!
- Vem cá... acha que estou te traindo?
- Não, claro que não... Mas sabe como é?
- Como é o quê?
- Homens!
- Generalizando ou falando de mim?
- Generalizando.
- Então não é meu caso, sabe que eu não faria isso!
- Tá bom... Então vai.
- Vou.
- Ei!
- Que foi, caralho?
- Leva o celular, estúpido!
- Pra quê? Pra você ficar me ligando?
- Não! Caso aconteça algo, estará com celular.
- Não... pode deixar...
- Olha, desculpa pela desconfiança... Estou com saudade, só isso!
- Ok meu amor... Desculpe-me se fui grosso. Tá... eu te amo!
- Eu também!
- Posso futricar no seu celular?
- Pra quê?
- Sei lá! Joguinho!
- Você quer meu celular pra jogar?
- É.
- Tem certeza?
- Sim.
- Liga o computador... Lá tem um monte de joguinhos!
- Não sei mexer naquela lata velha!
- Lata velha? Comprei prá a gente mês passado!
- Tá... ok... então leva o celular senão eu vou futricar...
- Pode mexer então. Não tem nada lá mesmo...
- É?
- É.
- Então onde está?
- O quê?
- O que deveria estar no celular mas não está...
- Como!?
- Nada! Esquece!
- Tá nervosa?
- Não... tô não...
- Então vou!
- Ei!
- Que ééééééé?
- Não quero mais sorvete não!
- Ah é?
- É!
- Então eu também não vou sair mais não!
- Ah é?
- É.
- Oba! Vai ficar comigo?
- Não vou não! Cansei... Vou dormir!

(Vida de casado - Luís Fernando Veríssimo)
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Tarde da noite, os dois já estavam deitados, quando:

MULHER: Se eu morresse você casava outra vez?
MARIDO: Claro que não!
MULHER: Não?! Não por quê?! Não gosta de estar casado?
MARIDO: Claro que gosto!
MULHER: Então por que é que não casava de novo?
MARIDO: Está bem, casava.
MULHER: (com um olhar magoado) Casava?
MARIDO: Casava. Só porque foi bom com você.
MULHER: E dormiria com ela na nossa cama?
MARIDO: Onde é que você queria que nós dormíssemos?
MULHER: E substituiria as minhas fotografias por fotografias dela?
MARIDO: É natural que sim.
MULHER: E ela ia usar o meu carro?
MARIDO: Não. Ela não dirige.
MULHER: !!!! (Silêncio)
MARIDO: (Em pensamento) FUDEU !!!

MORAL DA HISTÓRIA: JAMAIS prolongue um assunto com uma mulher. Apenas abane a cabeça ou diga 'AHAM' ou 'HUM-HUM'