domingo, 20 de março de 2011

"Digo menos do que penso ...

... me defendo como posso"
(Nila Branco - "Farsa")
E é aí que mora o perigo. Eu vou guardando tudo pra mim.
Não saio reclamando de tudo que me incomoda. Seguro até o último instante para não criar nenhuma confusão por besteira, para não parecer uma menina mimada, para não falar sem pensar.
Mas tenho medo. Medo porque de repente acontece a explosão.
É como um copo que você vai enchendo d'água aos poucos, mas chega um dia que, com uma única gota, transborda. E você pensa: "Mas como uma única gota fez o copo transbordar?" - E eu respondo: "- É porque você não se deu conta que o encheu lentamente!"
E essa explosão - muitas vezes por algo tão pequeno no momento - magoa, fere, mata.
Por isso eu não quero esperar e acumular disabores.
Eu quero esvaziar cada gota que cair no copo instantaneamente. Quero que ele esteja sempre vazio para que uma gota não seja razão para que ele transborde.

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